Saiba por que devemos consumir mais gorduras insaturadas, que são as gorduras do bem, as saturadas com moderação e evitar ao máximo as gorduras trans
Gorduras são nutrientes importantes para o nosso organismo. Elas participam ativamente da produção de hormônios sexuais, além de serem fontes de energia para o corpo e ajudarem a manter a temperatura corporal. São, também, fundamentais para a saúde cerebral and proteção dos neurônios. Confira como garantir uma alimentação saudável, sem abdicar da ingestão de gorduras.
De acordo com a nutricionista funcional Maria Fernanda Cortez Giansante, nutricionista da Boali, rede restaurantes focada em alimentos saudáveis, é possível manter o equilíbrio e garantir uma alimentação sadia consumindo mais gorduras insaturadas, que são as gorduras do bem. Já as gorduras saturadas devem ser apreciadas com moderação e as gorduras trans evitadas ao máximo.
“Além disso, também devemos lembrar dos outros nutrientes, como os carboidratos, as proteínas e todos os micronutrientes, pois cada um tem a sua função. Os carboidratos, por exemplo, fornecem energia de forma rápida, principalmente, e as proteínas participam da construção dos músculos e tecidos do nosso corpo. Por isso precisamos de um equilíbrio no consumo dos três macronutrientes – proteínas, gorduras e carboidratos, além de uma ótima ingestão de micronutrientes, que são as vitaminas e minerais”, detalha.
Diferenças entre gorduras saturadas, insaturadas e trans
Gorduras saturadas, insaturadas e trans são gorduras com diferentes conformações bioquímicas. Cada uma delas pode ser encontrada em alimentos diferentes, como ilustra a nutricionista Maria Fernanda.
As gorduras saturadas não têm ligações duplas de carbono. São de origem animal e duras na temperatura ambiente. Podem ser consumidas com moderação, pois, quando em excesso, são prejudiciais à saúde. Dentre os alimentos ricos em gorduras saturadas estão carne vermelha, leite, manteiga, queijos, óleo de côco, banha de porco, frango com pele e bacon. A quantidade máxima indicada para consumo desses alimentos é de 10% das calorias diárias.
As gorduras insaturadas (mono e polinsaturadas), também conhecidas como gorduras do bem, possuem duplas ligações de carbono. São de origem vegetal e líquidas na temperatura ambiente. Alguns alimentos ricos em gorduras do bem são os peixes, as castanhas e sementes, os azeites, o abacate e o côco. A quantidade máxima indicada para consumo desses alimentos é de 26 a 30% das calorias por dia.
E por fim, as gorduras trans são desenvolvidas em laboratório, onde passam por um processo de hidrogenação. Elas são usadas para conferir sabor e consistências aos alimentos. São gorduras prejudiciais à saúde, sendo a quantidade diária ideal desse tipo de gordura permitida de 0%, ou seja, deve-se evitar ao máximo o consumo desta gordura. Elas estão presentes em alimentos como salgadinhos de pacote, batata frita congelada, bolachas recheadas, sorvetes e margarina.
Gorduras x qualidade de vida
Por serem anti-inflamatórias, as gorduras do bem podem contribuir para a prevenção de algumas doenças, como as cardíacas, neurológicas e doenças de pele. Elas previnem até alguns tipos de câncer, como de cólon e reto, estômago, intestino, ovário e útero. “Consumir gorduras é importante para evitar problemas hormonais, risco aumentado para doenças neurológicas, pior funcionamento intestinal e um possível aumento de peso”, orienta a nutricionista funcional.
Já o excesso de ingestão de gorduras pode trazer riscos à saúde, como doenças cardiovasculares, excesso de peso, diabetes, esteatose hepática, entre outros. De acordo com a nutricionista, é preciso reforçar a atenção e observar se o consumo das gorduras saturadas e trans está muito presente no seu dia a dia.
“Para saber se está consumindo em excesso esse tipo de gordura, o ideal é realizar exame de sangue ou exames de imagem. Talvez um importante indício deste excesso possa estar no acúmulo de gordura visceral, que é aquela gordura que fica muito presente na barriga, que deixa a barriga dura. Este aspecto significa que a gordura está entre os órgãos. Esta é a pior gordura que pode existir, pois é a gordura inflamatória”, finaliza Maria Fernanda Cortez Giansante.